Telessaúde viabiliza ampliação das soluções médicas, mas exige aprimoramento tecnológico.
Atualmente, o uso de tecnologias aplicadas à saúde é cada vez mais amplo e comum. A telessaúde é a área pela qual essas práticas são regulamentadas e executadas.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) a telessaúde pode ser entendida como o uso de Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) para prestação de serviços de saúde à distância.
A especialidade surgiu no início do século XX com o uso do rádio para suporte médico à distância. Inicialmente o método era usado para prestar atendimento às pessoas que estavam na Antártica.
A seguir entenda melhor o que é telessaúde, como ela é desenvolvida e a importância da interoperabilidade para atendimentos mais íntegros.
O que é telessaúde?
Dentro da área de telessaúde estão diversas atividades relacionadas aos cuidados oferecidos na área de saúde que podem ser desenvolvidas com o uso de serviços de informação, tecnologias e telecomunicações.
Com os avanços tecnológicos e uma regulamentação mais eficiente a aplicação das TICs na área de saúde foi ampliada. Atualmente, os serviços que integram a especialidade incluem:
- teleconferências entre profissionais de saúde com o objetivo de debater diagnóstico, tratamento e prognóstico, melhorando o suporte médico;
- apoio aos pacientes com doenças crônicas visando melhorar a qualidade de vida, reduzir internações e promover autonomia;
- soluções educações a distância, incentivando cursos e treinamentos que ampliem os conhecimentos das equipes de saúde como também da gestão médica;
- uso de robôs em procedimento complexos.
Portanto, atualmente o uso da telessaúde é amplo, envolvendo desde a capacitação profissional até mesmo a oferta de melhores serviços médicos para uma população prioritária e vulnerável, como os pacientes de doenças crônicas.
Como funciona a telessaúde?
A telessaúde tem aplicação em diferentes funções, como diagnóstico, monitoramento, gestão e educação.
Além disso, ela pode ser usada em especialidades como odontologia, aconselhamento, terapia física e ocupacional, saúde doméstica, manejo de doenças crônicas, gestão de desastres etc.
As tecnologias digitais de informação e comunicação, como computadores e dispositivos móveis, permitem o acesso remoto a serviços e informações, tanto pelo lado do paciente como do médico ou outro profissional de saúde.
Diagnósticos
Um exemplo do uso da tecnologia para tele diagnósticos é por meio do acesso a especialistas sem a necessidade de locomoção ou despesas adicionais.
O médico da atenção primária envia notas do exame, histórico, resultados, raios-x, entre outros para uma revisão pelo especialista.
Esse profissional pode responder por meio eletrônicos, conduzir uma consulta virtual ou solicitar uma reunião presencial.
Assim, o uso da telessaúde para diagnóstico deve ser considerado como uma estratégia para ampliar e melhorar as condutas disponíveis e não restringi-las.
Consultorias
No caso das tele consultorias é possível a realização de videoconferência online com médicos ou enfermeiros visando uma assistência contínua quando uma visita em pessoa não é necessária ou logisticamente viável.
Na tele consulta o médico pode prescrever medicamentos, sugerir estratégias de atendimento domiciliar ou recomendar cuidados médicos adicionais.
Esse tipo de suporte é especialmente benéfico para pacientes de doenças crônicas que estejam em áreas de difícil acesso.
Portanto, o objetivo da telessaúde é a ampliação e melhora da prestação de serviços médicos. Entre os benefícios possíveis destacam-se:
- maior acessibilidade para pessoas que vivem em comunidades rurais ou isoladas;
- melhorar a disponibilidade e conveniência dos serviços médicos;
- reduzir a dependência de opções de transporte;
- diminuir o tempo necessário para atendimentos especializados;
- aprimorar a comunicação e coordenação entre agentes de saúde e pacientes;
- favorecer iniciativas de autogestão dos cuidados de saúde.
Entretanto, todas essas vantagens relacionadas ao atendimento por meio da telessaúde dependem do suporte tecnológico disponível.
Qual a importância da interoperabilidade?
A interoperabilidade é a capacidade de um sistema de se comunicar de forma transparente com outro sistema. Para um sistema ser considerado interoperável, é muito importante que ele trabalhe com padrões abertos, sendo confiável aos usuários.
Ao permitir a prestação de diferentes serviços médicos por meio das tecnologias, a telessaúde demanda atenção às diretrizes por atuar com a aquisição, armazenamento, apresentação e gestão da informação do paciente e comunicação desses dados entre estabelecimentos de saúde.
As interações de telessaúde podem ocorrer em tempo real, armazenamento e encaminhamento.
Quando utilizada em tempo real, todos participantes estão ativos na sessão de telessaúde, já nos casos de armazenamento e encaminhamento deve-se atentar ao envio, revisão e retorno dos dados.
Atualmente, a interoperabilidade de sistemas e redes de telessaúde é crítica para assegurar as TICs atendam satisfatoriamente aos receptores e prestadores de assistência e atenda às suas expectativas.
No entanto, a atenção à interoperabilidade é fundamental para que haja uma maior difusão e consolidação das soluções de telessaúde. Três fatores são particularmente críticos para alcançar esse objetivo:
- definição ampla de telessaúde;
- ausência de normas específicas para telessaúde;
- falta de colaboração entre os setores de TI e telecomunicações.
Apesar desses aspectos, o setor de TI têm incentivado a inovação e eficiência, dando atenção à interoperabilidade e confiabilidade como critérios fundamentais para o crescimento das soluções específicas de saúde.
Com o grande potencial da aplicação da telessaúde, os aprimoramentos e regulações que incluem a interoperabilidade de sistemas e redes são fundamentais para tornar os processos mais seguros para médicos e pacientes.